Atualização do Mercado Logístico Novembro - Dezembro 2025
Entenda os principais acontecimentos, disrupções e transformações que estão moldando o comércio internacional e a logística global durante os meses de novembro e dezembro de 2025.
Atualizações por país ou região
Ásia
A Ásia continuou desempenhando um papel importante no comércio global, com ajustes na produção e nas exportações impulsionados pela demanda sazonal de fim de ano. A China manteve o foco em setores estratégicos, como baterias e tecnologia, enquanto economias como Índia, Vietnã e Indonésia consolidaram seu crescimento como hubs alternativos de manufatura, reforçando a diversificação das cadeias de suprimentos na região.
MENA (Oriente Médio e Norte da África)
A região do Oriente Médio e Norte da África manteve sua relevância estratégica como hub logístico global. Os investimentos em infraestrutura portuária, aeroportuária e em zonas logísticas continuaram fortalecendo a conectividade entre Ásia, Europa e África, embora o contexto geopolítico tenha permanecido como um fator a ser considerado para a continuidade operacional e a gestão de riscos.
Europa
Na Europa, o setor logístico enfrentou pressões relacionadas aos custos de energia, às regulamentações ambientais e às limitações no transporte terrestre. Ainda assim, os principais portos apresentaram uma operação mais estável no encerramento do ano, apoiados por soluções intermodais e por um planejamento antecipado diante do aumento de volumes que antecede a temporada de inverno.
Oceania
Austrália e Nova Zelândia registraram um aumento na atividade logística, associado às exportações de commodities e produtos agrícolas. Apesar dos desafios relacionados aos custos do transporte marítimo e aéreo, as operações permaneceram estáveis, sustentadas por um planejamento logístico sólido no fechamento do ano.
América do Norte
A América do Norte encerrou o ano com um desempenho estável nos fluxos comerciais, impulsionado pelo comércio regional e pela integração das cadeias de suprimentos no âmbito do T-MEC. Estados Unidos, México e Canadá demonstraram resiliência operacional durante a alta temporada, enquanto as empresas continuaram ajustando suas estratégias de abastecimento e de nearshoring.
Brasil
Durante os meses de novembro e dezembro de 2025, a cadeia de suprimentos no Brasil foi impactada principalmente por fatores sazonais, alta demanda e pressão sobre a infraestrutura logística, especialmente em portos e no transporte terrestre.
Transporte Marítimo e Portos
Os principais portos do país, como Santos, Paranaguá e Itajaí, operaram sob níveis elevados de congestionamento, impulsionados pelo pico das exportações agrícolas (soja, milho, açúcar e proteína animal), além do aumento das importações no período que antecede o encerramento do ano. Esse cenário resultou em tempos de espera prolongados para atracação, restrições operacionais e atrasos na liberação de contêineres.
No Porto de Santos, foram registrados gargalos tanto nos acessos terrestres quanto nos pátios, com impactos diretos no agendamento de janelas e nos tempos de trânsito. Recomenda-se a antecipação de reservas e maior coordenação nas operações de importação e exportação.
Transporte Terrestre
O transporte rodoviário enfrenta grande pressão operacional em função do aumento da movimentação de cargas no fim do ano e das limitações de capacidade em corredores estratégicos. Adicionalmente, em algumas regiões, foram registradas interrupções temporárias e atrasos decorrentes de condições climáticas adversas e manutenções viárias, afetando a pontualidade das entregas door-to-door.
Transporte Aéreo
No segmento aéreo, o mercado apresentou capacidade restrita e tarifas em alta, especialmente nas rotas internacionais, como reflexo do aumento da demanda por cargas urgentes e de alto valor durante a alta temporada. Os principais aeroportos cargueiros mantiveram operações estáveis, porém com limitações de espaço em voos cargueiros e no belly cargo, tornando essencial o planejamento antecipado de embarques críticos.
Panorama Geral
De forma geral, o cenário logístico no Brasil no encerramento de 2025 é marcado por alta demanda, congestionamento em nós estratégicos e necessidade de planejamento antecipado, especialmente para setores ligados ao comércio exterior e a produtos sazonais. A coordenação prévia e a adoção de soluções logísticas flexíveis são fundamentais para mitigar impactos e garantir a continuidade das operações.
Argentina
Transporte Aéreo
A Argentina encontra-se atualmente em plena temporada alta de exportação de produtos perecíveis, o que tem gerado maior pressão sobre a disponibilidade de espaço aéreo. Essa situação é intensificada não apenas pelos volumes originados no próprio país, mas também pelo trânsito de frutas provenientes do Chile, o que limita ainda mais a capacidade operacional.
Os produtos perecíveis operam com tarifas elevadas e prioridades rigorosas, reduzindo a flexibilidade para a realocação de espaço para outros tipos de carga. A expectativa é de que essa temporada se estenda até aproximadamente uma semana antes do fim do ano, com a continuidade das exportações de frutas de caroço até o final de fevereiro. Na sequência, prevê-se um aumento nos volumes de sementes, com uma temporada alta que deve se prolongar até o final de março.
No segmento de importação aérea, embora sejam observadas melhorias em relação aos meses anteriores, ainda persistem atrasos na liberação das cargas devido à implementação do novo sistema do terminal de carga aeroportuária (TCA). Essas demoras seguem impactando os prazos de entrada e a regularização das mercadorias.
Para 2026, o mercado aéreo apresenta perspectivas positivas, com expectativa de aumento nas frequências de algumas companhias aéreas. Como destaque recente, registra-se o início das operações da China Eastern, com a rota PVG / AKL / EZE / AKL / PVG, operando duas frequências semanais (terças e sextas-feiras), representando uma nova alternativa estratégica para o transporte de cargas entre a Ásia e a Argentina.
Transporte Terrestre
As operações aduaneiras e o transporte rodoviário na Argentina seguem operando normalmente, sem registros de interrupções ou impactos relevantes.
Chile
Transporte marítimo
Durante os meses de novembro e dezembro de 2025, as operações portuárias no Chile foram impactadas significativamente por condições meteorológicas adversas, especialmente na região norte do país. Nesse período, o Porto de Angamos permaneceu fechado por 12 jornadas operacionais devido a fortes ressacas, afetando diretamente a programação de atracações e a continuidade das operações.
Como consequência desses fechamentos e da congestão gerada, foi registrada uma acumulação de embarcações em espera, atingindo uma média de até 18 navios aguardando atracação em diferentes momentos do mês de dezembro. De acordo com o planejamento das companhias marítimas e diante da alta ocupação portuária, embarcações break bulk não possuem prioridade de atracação, uma vez que os navios porta-contêineres seguem como prioridade operacional.
Esse cenário resultou em omissões recorrentes de escalas, além de aumentos significativos nos custos logísticos, associados a atrasos, reprogramações e ajustes operacionais extraordinários. Adicionalmente, os portos de Iquique, Angamos e Antofagasta, localizados no norte do Chile, enfrentaram restrições operacionais frequentes devido ao chamado inverno de Humboldt ou Altiplânico — fenômeno sazonal caracterizado por ventos fortes e correntes marítimas que limitam as operações de carga e descarga.
Na região central, o Porto de San Antonio, um dos principais hubs logísticos do país, também registrou interrupções parciais em suas operações durante o período, impactando determinadas janelas de atendimento.
Colômbia
Transporte terrestre
A partir de 30 de novembro de 2025, entraram em vigor os novos lineamentos obrigatórios para o transporte terrestre de cargas, estabelecidos por meio da Circular 358 – Ajustes Operacionais, decorrente do Decreto 1017 de 2025 do Ministério dos Transportes. Essas mudanças implicam ajustes operacionais relevantes para o setor, tornando essencial considerar essa normativa no planejamento logístico e de transporte para os encerramentos e inícios de operação.
Durante a alta temporada de final de ano, o transporte terrestre na Colômbia apresentou congestionamento na disponibilidade de veículos, impulsionado pelo aumento da demanda, pelo contexto social decorrente do paro armado e pelos feriados do calendário de dezembro. Somam-se a isso atrasos nos pátios de armadores e terminais portuários, onde a alta ocupação continua impactando os tempos de carregamento e descarregamento.
Como é comum no mês de dezembro, alguns transportadores restringem suas operações ou ajustam tarifas durante os feriados, o que gera pressão adicional sobre o planejamento logístico e os custos. Os terminais portuários informaram que não haverá atribuição de janelas prioritárias, sendo recomendada a antecipação da programação, a ampliação das janelas operacionais e o reforço da coordenação com as equipes logísticas.
Adicionalmente, o paro armado do ELN, vigente entre 14 e 17 de dezembro, gerou bloqueios e fechamentos preventivos em corredores estratégicos, afetando a movimentação de cargas, aumentando os tempos de trânsito e elevando o risco operacional. Embora seja esperada uma recuperação gradual no início de janeiro de 2026, podem persistir efeitos como represamento de cargas, ciclos operacionais mais longos e pressão sobre tarifas.
Portos e terminais marítimos
No Caribe colombiano, Cartagena (COCTG) mantém uma situação estável, com os terminais operando normalmente. O CONTECAR registra ocupação de pátio de 62%, com tempos de espera aproximados de 3 horas, enquanto a Sociedade Portuária de Cartagena opera com 65% de ocupação. Os terminais COMPAS e Puerto Bahía seguem operando sem ocorrências relevantes. Destaca-se a atualização dos lineamentos de segurança para cargas perigosas e do sistema globalmente harmonizado, emitidos diretamente pelos terminais.
No Pacífico, Buenaventura (COBUN) continua apresentando congestionamento portuário, impactado pela situação social e pelas restrições nos corredores rodoviários de acesso ao porto. A Sociedade Portuária de Buenaventura registra 88% de ocupação, com atrasos na atribuição de janelas e na movimentação de contêineres vazios. O TCBUEN apresenta 84% de ocupação, com alto volume operacional e atrasos significativos na retirada de cargas, enquanto o terminal de Aguadulce opera normalmente.
Em Barranquilla (COBAQ), a Sociedade Portuária mantém operações estáveis e sem impactos relevantes. Já Santa Marta (COSMR) apresenta congestionamento moderado, com o terminal SMITCO operando com 68% de ocupação e tempos de espera em torno de 3 horas.
Transporte aéreo
A Colômbia atravessa uma de suas temporadas aéreas mais exigentes, com projeção de 7,4 milhões de passageiros transportados entre 5 de dezembro de 2025 e 13 de janeiro de 2026, o que aumenta a pressão operacional sobre aeroportos, companhias aéreas e serviços de solo, incluindo as operações de carga, devido ao uso compartilhado da infraestrutura.
As autoridades reforçaram a coordenação entre a Aerocivil, operadores aeroportuários, Migração Colômbia e companhias aéreas para garantir a continuidade operacional. O Aeroporto Internacional El Dorado (Bogotá) opera normalmente, embora sejam esperados maiores tempos nos processos de carga devido ao represamento gerado durante os feriados. Os aeroportos de Rionegro (José María Córdova) e Cali (Alfonso Bonilla Aragón) seguem operando sem ocorrências relevantes.
Costa Rica
Infraestrutura portuária e transporte marítimo
Durante os meses de novembro e dezembro de 2025, o principal destaque para o setor logístico na Costa Rica foi o avanço do processo de licitação para a modernização do Porto de Caldera, principal porto do país na costa do Pacífico e um nó estratégico para o comércio exterior nacional.
O Instituto Costarriquenho de Portos do Pacífico (INCOP) informou o encerramento do processo licitatório em 7 de novembro, com a participação de dois proponentes. O primeiro é o consórcio Sunset, composto pela HGT Inversiones — subsidiária da Hapag-Lloyd e parte do atual consórcio administrador do porto (SPC) — em conjunto com a APM Terminals. O segundo proponente é a empresa filipina International Container Terminal Services Inc. (ICTSI), operadora portuária com atuação global.
Segundo as autoridades, o objetivo da licitação é conceder a operação do Porto de Caldera por um período de 30 anos, permitindo à empresa vencedora realizar a modernização integral da infraestrutura e dos equipamentos portuários. Esse processo é considerado fundamental para melhorar a eficiência operacional, a capacidade instalada e a competitividade logística do principal porto do Pacífico costarriquenho, com impacto direto nas operações de importação e exportação do país.
República Dominicana
As operações logísticas na República Dominicana seguem sem novidades significativas. No entanto, em função da alta demanda típica do período, têm sido registrados atrasos pontuais em alguns processos.
Os portos (Caucedo, Río Haina, Santo Domingo, entre outros), aeroportos (SDQ, PUJ e STI) e rodovias continuam operando em seus horários regulares e com plena capacidade, ainda que com tempos de resposta ligeiramente mais longos devido ao aumento sazonal no volume de cargas.
Não há registros de congestionamento em portos, aeroportos ou rodovias; todos se encontram em boas condições e aptos para as operações de importação, exportação e transporte de qualquer tipo de mercadoria.
Panamá
Transporte marítimo e terrestre
Durante os meses de novembro e dezembro de 2025, as operações de transporte marítimo, portuário e terrestre no Panamá mantiveram-se operando normalmente, sem registros de ocorrências relevantes que comprometessem a continuidade da cadeia logística.
Os portos do país, assim como a malha rodoviária, continuam funcionando dentro de seus parâmetros habituais, permitindo um fluxo estável de mercadorias tanto nas operações de importação quanto de exportação. Esse ambiente operacional favorável reforça o papel estratégico do Panamá como hub logístico regional e ponto-chave de conexão para o comércio internacional.
Paraguai
Transporte fluvial e logística regional
Durante os meses de novembro e dezembro de 2025, as operações logísticas no Paraguai permaneceram estáveis, sem mudanças significativas de forma geral. No entanto, é importante destacar que o país enfrenta atualmente uma redução nos níveis dos rios, condição que levou à aplicação do Low Water Surcharge (LWS) por parte das companhias de navegação.
Essa situação pode gerar impactos nos tempos de transbordo, especialmente nas conexões fluviais e marítimas via Uruguai e Argentina, afetando o planejamento das operações e os tempos de trânsito.
Recomenda-se considerar esse cenário na gestão de riscos logísticos, antecipar possíveis ajustes nos cronogramas e manter uma coordenação próxima com as equipes operacionais para minimizar impactos na cadeia de suprimentos.
Peru
Transporte aéreo e exportações
Durante os meses de novembro e dezembro de 2025, o transporte aéreo de cargas no Peru apresentou novidades relevantes e ajustes operacionais com impacto na logística internacional:
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Entrada da companhia aérea cargueira Uniworld, operando na rota Lima–Panamá, com conexões para a América Central, ampliando a capacidade regional de transporte de cargas.
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Inclusão de uma frequência adicional da Copa Airlines na rota cargueira Lima–Panamá, fortalecendo a conectividade com hubs logísticos estratégicos.
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Retomada dos voos de passageiros da Air Canada na rota Lima–Toronto, aumentando a capacidade de belly cargo e a conectividade internacional.
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Suspensão temporária, por aproximadamente duas semanas, dos voos A320 da Avianca, impactando a disponibilidade de espaço no mercado aéreo.
Adicionalmente, o elevado nível de congestionamento de cargas nos Estados Unidos tem gerado atrasos na chegada de importações, afetando os tempos de trânsito e o planejamento dos embarques.
No campo das exportações, o Peru encontra-se em plena temporada alta de produtos perecíveis, especialmente em Lima. Como consequência, as reservas de exportação podem demandar até 15 dias de antecedência, aumentando a pressão sobre a capacidade das companhias aéreas e a disponibilidade de espaço para cargas sensíveis à temperatura.
Uruguai
Transporte aéreo e logística geral
Durante os meses de novembro e dezembro de 2025, as operações aéreas no Uruguai transcorreram normalmente, sem registros de incidentes ou eventos relevantes que impactassem a continuidade da cadeia de suprimentos.
Esse cenário de estabilidade permite uma programação logística confiável para importações e exportações, assegurando a continuidade operacional durante o encerramento do ano.
Em nome da DSV, desejamos a você Boas Festas!
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